Projetos de Pesquisa

Cristiane Navarrete Tolomei


Decolonizando narrativas brasileiras: destituir a Matriz Colonial de Poder para reconstituir epistemologias "outras"


Este projeto de pesquisa ampla, para cujo desenvolvimento contribuirão a docente e seus orientandos, compreende o estudo crítico/analítico das narrativas que corroboram com os paradigmas eurocêntricos hegemônicos que contribuem para a colonialidade de poder no país. Em contrapartida, iremos trazer à tona as narrativas que se opõem e intervêm na lógica da colonialidade, propondo a ruptura dessa lógica monológica e universalismo abstrato e permitindo àqueles que tiveram suas existências e vozes apagadas, invisibilizadas e negadas pela colonialidade, finalmente, passarem a ser reconhecidos por sua pluriversalidade.


Literatura contemporânea maranhense de autoria feminina: decolonizando a matriz colonial de poder


Este projeto compreende o estudo crítico/analítico de romances contemporâneos maranhenses de autoria feminina que trazem à tona as narrativas que se opõem e intervêm na lógica da colonialidade, propondo a ruptura dessa lógica monológica e do universalismo abstrato, permitindo àqueles que tiveram suas existências e vozes apagadas, invisibilizadas e negadas pela colonialidade, finalmente, passarem a ser reconhecidos por sua pluriversalidade. São eles: Um destino provisório (2001), de Lucy Teixeira, A casa do sentido vermelho (2013), de Jorgeana Braga, Zona de desconforto (2018), de Lindevania Martins, Quem é essa mulher? (2018), de Milena Carvalho e Cidade Espanto (2018), de Clarissa Carramilo, os quais foram escolhidos pelo recorte temporal (as duas primeiras décadas do século XXI) e a temática que contribui para a elaboração de perspectiva crítica capaz de transcender as dicotomias estabelecidas pelo sistema-mundo/patriarcal/capitalista/colonial/moderno europeu para romper com a tradição epistêmica euro-cristã.

Flávia Andrea Rodrigues Benfatti

Gênero, Raça e Sexualidade em Narrativas Modernas e Contemporâneas

Pretende-se, com essa pesquisa, investigar como o gênero possibilita um olhar crítico para as várias formas de ser feminino e ser masculino na literatura moderna e contemporânea. Sendo o gênero o índice linguístico da oposição política entre os sexos, vemos a reivindicação discursiva como uma possibilidade de nomear-se feminino, masculino, queer, entre outros. Somando-se ao gênero, questões sobre sexualidade, raça e etnia serão foco de discussão a fim de promover um diálogo que vai da discriminação à inclusão. Assim, os questionamentos de identidades minoritárias somados às questões de autoria dessas minorias, são colocados em xeque na medida em que contracenam com o poder hegemônico (sexual, racial e étnico) em um constante debate entre a margem e o centro na tentativa de abrir espaços para a problematização das diferenças e o respeito a elas.

Raffaella Andréa Fernandez

Grupo de Pesquisa Decoloniais Carolina Maria de Jesus

O grupo de pesquisa parte do entendimento de que falta um espaço de reunião das diversas pesquisas nacionais que versam sobre temas relacionados a descolonialidades no Brasil, isto é, sobre a urgência de descolonizarmos a nossas formas de interpretar o mundo, substituindo os caminhos de análise eurocentrados por trilhas abertas pelos saberes de matriz afrocentrada, indígenas e dos diálogos interculturais que se estabelecem a partir delas. Colonialismo, descolonialismo, pós-colonialismo, colonialidades compõe um grupo de nomenclaturas que visam descrever um fato comum a diversos países, países latino americanos, africanos e asiáticos, em geral, territórios do sul global, que descreve a situação periférica desses países na geopolítica do conhecimento, herança perversa do colonialismo. Entre os temas do grupo estão: branquitude, racismo, feminismos do sul global, masculinidades tóxicas, nexos entre saberes de feministas de língua hispânica, portuguesa e autoras africanas.

Cristiane Mesquita

Catálogo Prosético: a escrita feminina na Literatura Amazônica e Latino-americana

Este projeto de pesquisa tem como objetivo fazer um levantamento da produção literária de autoria feminina, sobretudo daquelas que publicaram suas obras nos espaços amazônicos e latino-americanos e que ficaram e/ou estão à margem do cenário canônico da Literatura. A proposta dessa investigação visa então, buscar dar visibilidade a escrita dessas mulheres, bem como apresentar a contribuição artístico- intelectual para a cultura da sociedade em que elas viveram, como para os dias de hoje, por meio da divulgação de suas obras. Além disso, há a pretensão de estudar o contexto de vida e estético dessas escritoras, a fim de melhor compreender a manifestação de seus estilos, pensamentos e comportamentos descritos no decorrer dos enredos de suas narrativas, assim como nos versos de suas poesias. A pesquisa será organizada a partir dos procedimentos teóricos metodológicos bibliográficos, por revisão de literatura, principalmente a baseada no pressuposto teórico da (des) colonialidade de gênero, proposto pela teórica argentina Lugones (2018), com o intuito de buscar leituras de reflexão crítico- social para entender a invisibilidade e/ou o silenciamento da voz literária da escrita feminina no decorrer dos séculos final do XIX as primeiras décadas do XXI, período que se propõe estudar a produção literária feminina na Amazônia/América Latina selecionadas para compor o catálogo dessa investigação. Vinculado ao Instituto de Letras e Comunicação da UFPA P O R T A R I A N° 050/2021 ? ILC/UFPA.

Ana Caroline Amorim Oliveira

História indígena na microrregião do Baixo Parnaíba Maranhense

A história indígena (CARNEIRODACUNHA, 1992; MONTEIRO, 2001) é um campo de estudos recente dentro das pesquisas tanto em Antropologia quanto em História, em particular, no Brasil. Segundo Varnhagen (1978[1854]) os índios possuíam etnografia e não história. Os povos ameríndios foram compreendidos pela característica da ausência em vários âmbitos, estavam na infância da humanidade; não se utilizavam da escrita(povos ágrafos); não possuíam Estado; não possuíam religião. Inclusive na língua nativa Tupi haveria uma ausência das letras f, l, r. Desenvolveu-se, então, a máxima ?sem fé, sem lei, sem rei?. E, diante de tantas ausências, consequentemente eram ?povos sem história?. (CARNEIRODACUNHA,1990). Lévi-Strauss(1980[1950]) afirma que todos os povos possuem história. Entretanto, como esta história funciona vai depender da originalidade de cada povo para resolver seus problemas e perspectivar seus valores como linguagem, artes, técnica, crença religiosa, organização social, política e econômica. Dessa forma, a relevância e justificativa do presente projeto se dá em virtude da importância antropológica e histórica da história indígena dos povos ameríndios, como aponta os autores acima, sob o enfoque dos próprios sujeitos históricos, os ameríndios. O objetivo geral do presente projeto é realizar a (re)construção da história dos povos ameríndios da microrregião do Baixo Parnaíba Maranhense na interface entre a História e Antropologia.

Liliane Faria Corrêa Pinto

A comida, as interculturalidades e as relações de poder no patrimônio alimentar brasileiro

O projeto propõe o estudo do patrimônio alimentar brasileiro e as interculturalidades e relações de poder associadas a ele e ao seu processo de formação. Por se tratar de seu desenvolvimento, a proposta abarca desde a chegada dos portugueses e sua interação com os diversos grupos aqui existentes até a concepção mais recente dos alimentos como patrimônio cultural. Relacionamos aqui aspectos da escolha dos alimentos, formas de preparo, modos de servir e comer, além das heranças dos diversos povos que contribuíram e contribuem para a construção das cozinhas brasileiras. Todos esses elementos são constitutivos desse patrimônio alimentar brasileiro e são fruto das relações entre os diversos grupos que compõem a sociedade brasileira, refletindo suas interações, poderes e culturas.

Maged Talaat Mohamed Ahmed Elgebaly

Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa

Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa e a Crítica ao neocolonialismo e à hegemonia cultural que permeiam as construções das memórias culturais, das identidades e das suas respectivas alteridades nas literaturas e na tradução cultural entre elas e entre outras línguas como a língua árabe e a língua espanhola.